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27 de out. de 2012

A melhor idade do amor

Sábado, dez horas e vinte e um minutos da manhã. Chuva insistente
de outono.Um casal adentra uma panificadora para tomar café.
/Dois cafés com leite e três pães de queijo, por favor./
Ela parece um pouco agitada. Não tira os olhos dele.Ele parece
tranquilo, dessas pessoas que já conseguem viver num tempo um pouco
mais lento do que o do relógio.
A diferença de idade é gritante. Não mais de quarenta, ela.
Próximo aos oitenta, ele.
Ele olha para fora pela janela entreaberta.
Ela sorri, carinhosa.
/Todos os seus filhos nasceram aqui nesta cidade?/
Ele pensa um pouco... - /Sim, todas elas... Três filhas./
/E você? Onde nasceu?/– Volta a inquirir a mulher.
/Eu não sou daqui. Nasci no interior... Longe da cidade./
/E //o que você lembra de lá?/
/Ah... Muitas coisas.../ – Responde ele, com leve sorriso.
Então, silencia. Parece fazer algum esforço para recordar de algo
especial, mas logo desiste. Volta a olhar para fora, procurando a
chuva fina.
/Sabe... Acho que tive uma vida feliz.../
Ela permanece interessada. Um interesse de primeiro encontro. Observa
os cabelos brancos dele, a tez um pouco castigada, os olhos azuis.
Respira fundo. Alguém poderia dizer que é o respirar de quem está
apaixonado.
/Você só casou uma vez?/ – Pergunta ela, com certo embaraço na
voz.
/Sim. Tereza. Mãe de minhas meninas. Que Deus a tenha./
Ela fica um pouco emocionada e constrangida, repentinamente. Esboça
um sorriso para disfarçar. Olha para a mesa. Ainda resta um pão.
/Pode comer. Já estou satisfeita./
/Almoçamos juntos amanhã? /– Pergunta ele, ansioso por ouvir um
sim.
/Sim... Claro que sim. É dia de almoçarmos juntos. Você sabe que
gosto muito de estar com você, de ouvir suas histórias.../
/Estou um pouco esquecido hoje, eu acho. Contei pouco.../
/Não tem problema/. – Diz ela, carinhosa. -/Tem dias que a gente
está com a memória mais fraca mesmo./
/D//outor Maurício disse que é importante ficar puxando as coisas
da memória sempre. Ele diz que é como um exercício físico que
fazemos para não “enferrujar”./ – Conclui ele.
/É verdade.../ – Ela suspira. – /Precisamos cuidar da
memória.../
Novamente um longo silêncio entre os dois.
Ele volta a vislumbrar o exterior, contemplativo.
Ela nota seu rosto em detalhes, ternamente.
Fecha os olhos, por um instante, como se fizesse uma breve oração,
uma rogativa sincera a uma Força Maior.
Volta a abri-los, vagarosamente, e então pergunta:
/Pai...Pai... Posso pedir a conta?/
Ele acena positivamente. A conta chega. Ela se levanta primeiro, vai
em direção a ele, envolve-o num abraço e o ajuda a levantar.
Aquela era a rotina de todo sábado, às dez horas e vinte e um
minutos da manhã, nos últimos dez meses.
* * *
/Foram nossos genitores que nos proporcionaram um corpo, abençoado
instrumento de trabalho para o nosso progresso, bem como um lar./
/Pensando em tudo isso, louve aos seus pais. Cuide deles, agora
quando estão velhos, alquebrados, frágeis ou doentes./
/Faça o possível para não os atirar nos tristes quartinhos dos
fundos da casa, aonde ninguém vai. Não se furte à alegria de
apresentá-los aos seus amigos e às suas visitas;/
/Ouça o que eles tenham a dizer. Quando estejam em condições para
isso, leve-os para as refeições à mesa com você. Retribua, assim,
uma parcela pequena do muito recebido por seus genitores anos atrás./

/Redação do Momento Espírita com base no cap. 7, do livro /Ações

corajosas para viver em paz/, pelo Espírito Benedita da Silva,

psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter

Disponível no cd Momento Espírita, v. 19, ed. Fep

Em 09.08.2012./

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